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Na Quadrada das Águas Perdidas (1979)

Canto de Guerreiro Mongoió

Uíure iquê uatapí qui apecatú piaçaciara
unheên uaá uicú arauaquí ára uiúre ianêiara
depois, depois de muitos anos
voltei ao meu antigo lar
desilusões qui disinganos
não tive onde repousar
cortaram o tronco da palmeira
tribuna de um velho sabiá
e o antigo trongo da oliveira
jogando num canto prá lá
qui ingratidão prá lá
adeus vô imbora prá tromba
lá onde maneca chorô
de lá vô ino prú Ramalho
prú vale verde do Yuyú
um dia bem criança eu era
ouvi um velho contador
sentado na praça da bandeira
que vela a tumba dos heróis
falou do tempo da conquista
da terra pelo invasor
qui em inumanas investidas
venceram os índios mongoiós
valentes mongoiós
falou de antigos cavaleiros
primeiros a fazer um lar
no vale do gibóia no outeiro
filicia, coati, tamanduá
pergunto então cadê teus filhos
os homens de opinião
não doi-te vê-los no exílio
errantes em alheio chão
nos têrmos da virgem imaculada
vnão vejo mais crianças ao luar
por estas me bato em retirada
vou ino cantar em outro lugar
cantá prá não chorar
adeus vô embora prá sombra
do Vale do Rio Gavião
no peito levarei teu nome
tua imagem nesta canção
por fim já farto de tuas manhas
teus filtros tua ingratidão
de deixo entregue a mão estranhas
meus filhos não vão te amar não
e assim como a aguá dexa a fonte
também te dexo prá não mais
do exílio talvez inda te cante
das flores a noiva entre os lencóes
dos brancos cafezais
adeus, adeus meu-pé-de-serra
querido berço onde nasci
se um dia te fizerem guerra
teu filho vem morrer por ti.

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